BJORK – e um registro da vida


No dia 3 de dezembro de 2019 chegou ao CCBB Brasília à exposição BJORK DIGITAL que ficou em exibição até o dia 9 de fevereiro de 2020, infelizmente não consegui ir, mas fiquei com alguns folders da exposição e após fazer algumas leituras e reflexões dos mesmos, senti a necessidade de colocar isso em palavras, de alguma maneira.

Bjork avatar - foto divulgação da exposição

É uma espécie de exercícios para quem conseguisse ir a visitação fazer após, uma espécie de prolongamento das experiências proporcionadas pela exposição. Exercícios com o corpo, que se transforma diariamente, que muda imperceptivelmente e que é tão nosso e de alguma maneira acabamos não nos apercebendo disso da forma como deveríamos. Exercícios que ativam nossos sentidos, nossos sentimentos por meio de das muitas nuances de nossas emoções.


“MOMENTOS DE CLAREZA SÃO TÃO RAROS / É MELHOR REGISTRAR ISSO / AFINAL, A VISTA É FEROZ / TUDO O QUE IMPORTA É.”
Há algum momento da sua vida que você gostaria de ter registrado? Você consegue vê-lo com nitidez na sua memória?
Você tem o hábito de guardar objetos, escrever, fotografar ou desenhar? De que formas podemos documentar um acontecimento que nos toca?
texto do folder: Programa CCBB Educativo

“A vida é um soco no estômago” escreveu Clarice Lispector e também “morrer é um instante, passa logo”, com essas duas sentenças sobre a brevidade da vida e a iminência da morte, ficamos muitas vezes com aquela sensação de que passamos por ela e não a vemos, é como caminhar pela areia da praia sem deixar as marcas de nossos pés.

Registrar detalhes das nossas vidas é deixarmos as marcas de nossos pés nas areias em que pisamos... Conversando esses dias com um amigo, falávamos em como a arte o fazer arte está muitas vezes ligado ao Mercado e ao dinheiro, de alguma forma buscamos o sucesso através da arte que fazemos, queremos viver da arte e por não conseguir nos frustramos...

Mas por que não fazer arte para nós mesmos? Usar nossas veias artísticas para exprimirmos nossas angústias e também para colocar para fora nosso belo, guardar objetos que nos tocam (como Elke Maravilha que tinha uma coleção maravilhosa de objetos que a tocavam e que de alguma forma eram sagrados para ela),  escrevermos, escrevermos e escrevermos, jogar no papel todos nossos impulsos e nossos gritos muitas vezes silenciados, fotografarmos a vida sob nosso olhar, fotografar sem poses, o dia, a natureza, os movimentos da cidade, o belo aos nossos olhos, desenhar (mesmo que sem prática, sem técnica) desenhar para nós mesmos, um papel em branco, um lápis, um pincel e tintas podem fazer milagres com a nossa mente tão perturbada pelos dias...

Casa de Elke Maravilha - seus muitos objetos
Foto: Roberto Teixeira (EGO)

Momentos de beleza, momentos de epifania são breves, rápidos, inconstantes, ver a beleza das coisas é raro, porque a vista é feroz, então porque não a registrarmos? Deixar uma pegada da gente na enorme areia da vida...

Diga pra mim nos comentários, o que você faz para registrar a sua vida?

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